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Não é só a distância que nos separa do Japão

Por Alessandra Cerri

(29-01-2020) Tive o privilégio de conhecer
o Japão. Visitei a capital, Tóquio, e as cidades de Kioto e Osaka. Já conheci
outros países, mas acho que nenhum me impactou tanto quanto esse lugar. A forte
impressão não se deu apenas pelos belíssimos templos e paisagens bem
preservados, ou pelo reconhecido avanço tecnológico, visível em todos os
detalhes. Embora eu tenha me surpreendido com essas coisas, o que me
surpreendeu mesmo foi a civilidade e a educação dos japoneses. A preocupação
genuína e o respeito com o próximo é o que os diferencia como povo.

 

Imagino que essa polidez e
gentileza estejam diretamente ligadas à sua espiritualidade. Algo que não está
necessariamente relacionado à religião. Mas que diz respeito à busca por um
significado mais amplo da vida; conectado à compreensão de que estamos todos
interligados, de que nossas atitudes interferem na vida de outros e à busca
constante pela evolução existencial.

 

Nesse contexto, David Tacey
comenta que a espiritualidade deve ser entendida como uma conexão, um sentir-se
unido a uma totalidade maior que transcende o ego e o individualismo.

 

Por esse motivo, em minha
opinião, o povo japonês valoriza profundamente seus ancestrais. Eles expressam
sua espiritualidade a partir do entendimento da importância de se fazer o
melhor e de se buscar a atitude correta diante das situações diárias. Os
estrangeiros percebem esse modo de agir na cordialidade com que são tratados em
todos os lugares: nas filas naturalmente organizadas no metrô em pleno horário
de pico (não existe correria, empurrões ou gritaria) ou no silêncio dentro dos
metrôs, trens (os celulares ficam no modo silencioso, o que proporciona uma
incrível sensação de paz). Também reparam na inacreditável limpeza de todos os
lugares públicos (até mesmo dos banheiros).

 

Como brasileira, senti a
enorme distância entre os países. Mas infelizmente tal afastamento não é
visível apenas na posição geográfica. É triste a imaturidade evolutiva em que
nós brasileiros nos encontramos. Está no inerente senso de oportunismo, de
“tirar vantagem”, que por tantas vezes fica evidente em nosso país, seja nos
vários níveis de corrupção, no trânsito, nas variadas formas de se tentar
burlar a lei, na falta de respeito com que tratamos os mais velhos etc.

 

Esse distanciamento fica
evidente na falta de consciência que nós temos do outro, da ausência da
percepção de que tudo o que fazemos impacta direta ou indiretamente na vida do
outro. Neste mundo acelerado, exteriorizado e individualista em que estamos
vivendo, pessoas que têm o entendimento e a compaixão com o outro são
diferenciadas e normalmente possuem uma preocupação com o autoaprimoramento
espiritual e moral.

 

A espiritualidade exercida no
Japão produz também um impacto direto no bem-estar dessa população, que está
entre as mais saudáveis do mundo e figura como a principal dentro de um dos
maiores estudos em longevidade, denominado Blue Zones.

 

Brigitte Dorst, analisando os
trabalhos de Jung sobre espiritualidade e transcendência, comenta que a ciência
tem encontrado evidências muito fortes sobre a relação entre a espiritualidade
e a saúde em indicadores, como a diminuição de estresse, melhora da expectativa
de vida, redução de doenças cardíacas e circulatórias e do incremento de
bem-estar.

 

Precisamos exercitar nossa
espiritualidade para termos uma maior consciência de nós mesmos, do outro e da
existência de algo maior, que nos dê um propósito de busca pelo sentido de
vida, um caminho para sermos melhores, mais civilizados e preocupados em deixar
bons legados.

 

Precisamos trabalhar o nosso
olhar “para dentro”, aceitar nossas fragilidades, reconhecer (com humildade)
nossas forças, refletir sobre as possíveis melhoras em nossa trajetória e
valorizar a presença e o cuidar do próximo.

 

Finalizo o texto com uma
frase de Mahatama Gandhi: “A única revolução possível é dentro de nós”.

 

Até a próxima! Namastê!

 

Alessandra Cerri é
sócia-diretora do Centro de Longevidade e Atualização de Piracicaba (CLAP),
mestre em Educação Física, pós-graduada em Neurociência e em Psicossomática.

 

 

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