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ESPECIAL DIA DAS MÃES – Quem é você mulher? Mãe, esposa, filha, profissional – Por Maristela Negri

(08-05-2020) Você conhece essa pessoa, uma mulher em sua jornada pela vida, como tantas outras, que diariamente trava inúmeras batalhas, silenciosas, barulhentas, simples e complexas, que acalma com seu colo, com a ternura de seu coração. Aquela mulher que ao mesmo tempo que chora de dor, acolhe a todos com muito amor, como uma grande Mãe. Uma mulher, que quer apenas viver e ser feliz.

E seguindo a trilha dessa jornada, de repente você se depara com essa mulher na modernidade, “tendo” que dar conta de tudo: administrar e cuidar da casa, marido, filhos, cuidar do lazer da família, dos prazeres a dois, estudar, ter uma carreira de sucesso, ter um corpo perfeito, magro, jovem, maquiado, sem rugas! Ufa…com tantos afazeres, com tantos “tem que”, a mulher acaba se sentindo extremamente sobrecarregada.

A escritora e palestrante Tiffany Dufu, traz-nos uma reflexão bastante pertinente em seu livro, Deixe a peteca cair: “Ninguém nunca me disse que todas essas tarefas seriam minha responsabilidade no futuro. Quando falavam sobre o futuro, as pessoas me diziam que eu faria uma faculdade e deveria seguir minha paixão. Nunca se referiram àquilo que me pegaria de surpresa, o conflito entre cumprir com todas essas tarefas domésticas e realizar meus sonhos”.

Um conflito que aflige milhares de mulheres. Embora muitos maridos estejam contribuindo com os afazeres domésticos, nós mulheres sentimos uma pressão que raramente os homens sentem, principalmente quando os filhos entram em cena. Por exemplo, quantas vezes lamentamos ou ouvimos uma amiga lamentar por ter perdido uma apresentação do filho ou da filha na escola, a partida do futebol, ou por não ter preparado o jantar para os filhos, ainda que os filhos tenham sido bem cuidados por outra pessoa, avós, babás e mesmos os próprios pais? As mães costumam se cobrar mais, costumam se culpar mais.

De onde foi que tiramos a ideia de que “fazer tudo” é nossa responsabilidade indaga Tiffany Dufu? A mesma prossegue, nossas primeiras instruções sobre os papéis domésticos, são fornecidas pelo lar em que crescemos, por nossos pais e familiares. E embora, os filhos possam perceber por meio da mãe um modelo positivo do que as mulheres podem conquistar fora do lar, muito mais poderoso é o que os filhos observam as mães fazendo em casa. Nossos filhos não nos vem no trabalho, em reuniões, fazendo apresentações, eles nos veem correndo para preparar o jantar, lavar a roupa e a louça. Para Tiffany Dufu, não há dúvidas, ela afirma que a crença de que ela precisava estar no comando do lar, estava enraizada no modo como a mãe dela cuidava da casa quando ela era criança.

Será que precisamos seguir e repetir padrões pré-estabelecidos? A música “Verdade Chinesa”, que ficou famosa na voz do Emílio Santiago ilustra bem essa reflexão: “Muita coisa a gente faz, seguindo o caminho que o mundo traçou, seguindo a cartilha que alguém ensinou, seguindo a receita da vida normal. Mas o que é a vida, afinal? Será que é fazer o que o mestre mandou?”

Não, sabemos que o melhor caminho não é simplesmente seguir no piloto automático, repetindo padrões, acredito que precisamos nos conhecer melhor e desta forma fazermos escolhas mais conscientes, priorizando as questões que consideramos mais importantes a cada momento, e assim adquirir o poder de escrever e ser protagonista de nossa própria história, reconhecendo o nosso viver em todas as nuances: menina e mulher; mãe e filha; esposa; profissional, com TPM, sem TPM; na menopausa ou não. Todas nós queremos viver plenamente cada dia, acolhendo nossa sombra e deixando essência e brilho interno resplandecerem.

Reflexão para a semana: quais as escolhas que você vem fazendo ao longo de sua vida? Até a próxima.

* Maristela Negri é professora; sócia-diretora do Centro de Longevidade e Atualização de Piracicaba (Clap); pós-graduada em Neurociências aplicadas a Longevidade (UFRJ); pós-graduada em Atividade Física e Qualidade de Vida (Unicamp) e mestre em Educação Física (Unimep)


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