O gerenciamento do uso e da conservação dos nossos rios, Piracicaba, Jundiai, Capivari, Corumbataí, e uma centena de córregos e afluentes apresenta-se como o maior desafio para a Região Metropolitana de Piracicaba nos próximos anos. Nascido da junção do Jaguari com o Atibaia, e de ribeirões regionais como o Turvo em Santa Barbara ou o dos Toledos em Americana, do Piracicamirim e Enxofre em Piracicaba, nossa bacia hidrográfica está localizada numa das mais prósperas regiões econômicas do Estado de São Paulo. Nos 115 quilômetros que percorre entre Americana, onde nasce, passeando por Piracicaba até chegar em Barra Bonita onde encontra o Tietê, o nosso velho rio leva águas e histórias em seu percurso. A mais difícil de todas, foi construída a partir de 1960, quando o governo do Estado deliberou a necessidade da construção do projeto Cantareira, para abastecer a Grande São Paulo e com ele, levou boa parte dos metros cúbicos do nosso rio para o maior conglomerado urbano do nosso país. Deixando “o rio de lágrimas” para os piracicabanos. E as estiagens cada vez mais constantes e severas, contrastando com o crescimento de demandas, moradores, residências, prédios de apartamentos, condomínios residenciais, prédios industriais e comerciais, que se multiplicam com a velocidade do condor, enquanto as águas cada menos velozes, abrem suas frestas nas rochas basálticas para o abrigo, cada vez mais intenso, dos biguás. Como equalizar desenvolvimento urbano com escassez de água? Quem tem a melhor resposta? Os técnicos? A sociedade? Aos governantes de hoje e os do futuro, cabem as decisões mais importantes e difíceis para a conjuntura que se nos apresenta.
Aguardo, esperançoso, os resultados do Censo do IBGE deste ano, para projetar outros temas que julgo fundamentais ao desenvolvimento sócio econômico da nossa região. Quanto envelhecemos? Quantas vagas precisaremos para os alunos das nossas escolas no futuro? Quais as profissões em extinção e quais as mais promissoras? De quantos médicos e centros médicos precisaremos? E se vierem outras pandemias? O que a Covid nos ensinou ou o que desaprendemos com ela? O que fazer para conter a crescente insegurança da população, hoje cada dia mais violenta e visível? O rol de perguntas transcende, certamente a esta pequena e breve reflexão.
O surgimento de submoradias aos mais pobres, em locais cada vez mais afastados dos centros urbanos, exigindo mais equipamentos públicos, vias, escolas, postos de saúde, energia elétrica, ônibus urbanos, coleta de lixo, podas de árvores, segurança pública, lazer, cultura, obrigam-nos a pensar na descentralização das ações. E na racionalização de atividades públicas cada vez mais regionalizadas e setorizadas. E com elas, a aceleração do desemprego ou do subemprego, situações cada vez mais frequentes nestes gigantes chamados de Brasil e São Paulo que, apesar de orçamentos crescentes, são incapazes de atender a maioria da população com o mínimo necessário para uma vida digna.
Embora lúcida em diversos setores organizados, a sociedade metropolitana carece de um Centro de Estudos Avançados sobre os seus próprios problemas, os emergenciais e os de médio e longo prazos. Isso requer que juntemos as cabeças pensantes dos setores corporativos e profissionais, dos agentes públicos locais, estaduais e federais, para que façam um diagnóstico objetivo sobre as prioridades dos próximos anos. Para que, com planejamento e recursos alocados, possamos construir um Estado mais pujante, representativo para todos os paulistas e brasileiros que aqui residem e tem esperanças de futuro. Que, com estas intenções, eu possa contribuir nos próximos anos para o desenvolvimento da minha cidade, da minha região e do meu país na Assembleia Legislativa de São Paulo.
Alex De Madureira, deputado estadual PL
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