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A necessidade da criação de um Centro Público de Memória

Preservar a história é construir o futuro ou até mesmo reparar erros sociais para que não volte a se repetir nas próximas gerações. Logo, como diz a velha expressão: um povo sem história está fadado a repeti-la. Vivemos na incerteza do que realmente poderão ser aproveitados para uma melhor educação social e cultural, e não somente no aspecto do conhecimento, mas também dos materiais que possam ser compartilhados e apreciados.

Tempos atrás, eu participei de uma roda de conversa sobre a salvaguarda dos acervos presentes em instituições da área de história de Piracicaba (SP), como o Museu Prudente de Moraes, do Setor de Gestão de Documentação e Arquivo da Câmara Municipal e do Centro Cultural Martha Watts.

Os respectivos representantes compartilharam curiosidades e os desafios em manter a história viva e o acesso dos conteúdos ao público. É nítido que pelo tempo disponível estas instituições foram as convidadas no momento, mas a preservação dos dois séculos e meio do que fazem parte do crescimento exponencial da “Noiva da Colina” também estão na responsabilidade de outras entidades – cita-se o Instituto Histórico e Geográfico de Piracicaba, o Instituto Cecílio Elias Neto, o Museu da Associação Paulista dos Cirurgiões Dentistas de Piracicaba, o Museu da Escola de Agronomia, entre outras.

O encontro foi rico em saberes, porém se estendeu para um importante debate para a necessidade
da criação de um centro público de memória, com opiniões compartilhadas pelos presentes, entre
eles familiares de personas que contribuíram para o desenvolvimento do município com expertises
em áreas ligadas à cultura e política e que possuem em seus acervos materiais guardados e que
possam contribuir para pesquisas e conhecimentos.

Exemplo de acervo que está sob guarda de familiares é do político e engenheiro Francisco Salgot
Castillon, duas vezes vereador, duas vezes prefeito e duas vezes deputado estadual, eleito graças a
sua dedicação e soluções a inúmeros problemas da cidade. Urbanizar o Parque do Mirante, construir o Tiro de Guerra, o Estádio Barão da Serra Negra, possibilitar água encanada e energia elétrica para muitos bairros e a finalização das obras da Pinacoteca Miguel Dutra foram alguns dos seus feitos. Hoje, quem percorre pelas vias piracicabanas encontra seu nome eternizado em diversos pontos turísticos. Salgot faleceu em 2002.

A título de curiosidade o acervo do político é composto por dezenas de placas, medalhas, documentos (diplomas, discursos, assinaturas, carteiras e homenagens municipais e judiciárias), fotografias, artigos e reportagens na imprensa, lamparinas e troféus. Chama a atenção também uma fita VHS de um jantar oferecido a Salgot pelo Lar dos Velhinhos de Piracicaba, em agosto de 1993.

Dias desses, eu conversei com o ex-presidente do legislativo municipal, Antônio Messias Galdino,
responsável pela ideia de criação do setor de Gestão de Documentação e Arquivo da Câmara, em
1980, sobre o tema explanado neste artigo. Ele foi enfático em afirmar que história é uma sucessão de fatos e construída pela comunidade ao longo das vivências do cotidiano.

O cotidiano do piracicabano se expande por mais de 250 anos e perder esses anos de história seria
um grande risco histórico-social, haja vista que é um município que avançou e se tornou referência
em ações que beneficiam não somente a comunidade local, mas também o Brasil e outras nações.


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