Fabiana Zani e Rodrigo Salerno, do escritório SAZ Advogados, destacam o papel da organização e administração das empresas
Para encerrar a Série Negócios Sustentáveis, em parceria com o escritório SAZ Advogados e em celebração ao Dia Mundial do Meio Ambiente (comemorado neste domingo, 5 de junho), o tema ESG chega ao seu tripé G (Governança). Os advogados Fabiana Zani e Rodrigo Salerno destacam o pilar que torna as propostas de ESG elementos integrantes da visão e dos valores da empresa.
“A governança passa pela gestão da empresa, por princípios de transparência, ética, independência de conselhos e diversidade. Entretanto, quando abordamos o conceito em relação ao ESG, inserimos a camada da sustentabilidade. O objetivo final é sempre administrar tendo em vista a importância do meio ambiente e da sociedade para que o mercado continue dispondo de recursos naturais e humanos”, afirmou Fabiana.
Segundo a advogada, cada vez mais, empresas e consumidores estão atentos a projetos superficiais, como o greenwashing. “O termo em inglês poderia ser traduzido como ‘lavagem verde’. Refere-se a estratégias de marketing de algumas marcas que dão a entender que seus produtos são mais ambientalmente responsáveis, quando de fato continuam iguais. Ou ainda a propagandas e projetos que geram impacto positivo muito menor que o necessário. Hoje os clientes estão muito mais atentos a esse tipo de abordagem, que nada tem relação com ESG”.
A implantação da Governança, na premissa ESG, propõe uma mudança de mentalidade. “As empresas querem e precisam gerar lucro. Porém, o desenvolvimento sustentável coloca no tabuleiro outras regras para que alcancem esse objetivo. É preciso conciliar o sucesso da empresa com benefícios à sociedade e ao meio ambiente. Os negócios que já resolveram entrar nesse jogo, continuam ganhando e estão adiantados quanto a preferência entre os consumidores”.
De acordo com pesquisa promovida pela Confederação Nacional da Indústria (2020), um em cada três brasileiros (31%) está disposto a pagar mais por produtos fabricados de maneira ambientalmente correta, 36% pagariam mais caro por alimentos orgânicos e 37% pagariam mais caro por produtos de origem animal que minimizem o sofrimento animal e permitam que eles vivam de maneira mais próxima do natural. Boa parte dos brasileiros (62%) ainda tem o hábito de punir empresas por comportamentos como violação de direitos trabalhistas, testes em animais, crimes ambientais, discriminação, entre outros.
Já o estudo Who Care, Who Does (2021), contabilizou que 22% dos consumidores do mundo são ambientalmente conscientes. Sendo que no Brasil, 41% buscam usar embalagens mais amigáveis com o meio ambiente. Sobre o impacto do próprio consumo, a pesquisa da EY Future Consumer Index (2021) revela que 56% dos entrevistados (mais de mil pessoas) pretendem prestar mais atenção ao tema ambiental; e 52% ao social.
“São muitos os dados que apontam para um perfil de consumidor mais consciente. Portanto, os riscos de uma mudança de gestão e governança, desde que feitos com planejamento e estratégia, são poucos. Pensando no momento desafiador que a sociedade vivencia, é um investimento que vale a pena”, afirmou Fabiana.
Na prática – A Governança é o eixo de organização das políticas de desenvolvimento sustentável de uma empresa. “Assim como no Social, o fator humano é essencial para criar negócios sustentáveis; em Governança é a administração, as responsabilidades, o estabelecimento e cumprimento de normas, regras e legislações, bem como as tomadas de decisão que são a chave para implantar as propostas de ESG”, explicou Salerno.
Esses elementos estão presentes na estratégia da empresa, em criação de conselhos, planos de carreira, políticas de transparência, remuneração e ética, compliance, entre outros.
“É fundamental pensar em processos que ofereçam credibilidade e que permitam aos consumidores e investidores análises sobre a governança, assim como é possível fazer em ações ambientais e sociais. Como por exemplo, estabelecer o propósito, o papel dos conselhos de administração e da comissão de compliance; os direitos dos acionistas, sócios e colaboradores, incluindo na questão da remuneração; o comprometimento com a privacidade e segurança de dados e análise de riscos. O IBCG (Instituto Brasileiro de Governança Corporativa) estabelece quatro princípios para se considerar ao preparar a Governança e que são um bom resumo: equidade, prestação de contas, transparência e responsabilidade corporativa”, pontuou o advogado.
Mais informações sobre como as empresas têm se posicionado na busca pelo desenvolvimento sustentável estão disponíveis no site www.pactoglobal.org.br.
Textos anteriores:
Série Negócios Sustentáveis: Onde encaixar o Social na implantação do ESG?
Série Negócios Sustentáveis: Como implantar ações ESG de meio ambiente
Série Negócios Sustentáveis: Entenda a importância do ESG e OSD nas empresas
Referências:
https://economia.estadao.com.
https://www.spglobal.com/en/
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